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Dia Internacional da Mulher: trajetórias, lutas, resistências, direitos

Publicado: Quarta, 08 de Março de 2023, 11h52 | Última atualização em Segunda, 18 de Setembro de 2023, 19h12 | Acessos: 1200

O objetivo do Dia Internacional da Mulher, ao ser criado,  era  discutir o papel da mulher na sociedade e tentar diminuir ou acabar com todo o preconceito e a desvalorização e inferiorização da mulher, tanto no ambiente doméstico quanto no trabalho.

A data de 8 de março, Dia Internacional da Mulher, não pode ser apenas celebrada como um dia em que as mulheres recebem congratulações e flores, mas deve ser um momento para refletir sobre seus direitos, pois nada é oferecido, tudo é uma conquista marcada por lutas sociais, políticas e históricas.

Para a aluna do curso Técnico em Informática, Thais Caroline Ribeiro, a data representa a luta constante pelos direitos das mulheres e, justamente por ser mulher, não sente tranquilidade em andar sozinha na rua.

Para Gisele Priscila Vieira, aluna do curso Técnico em Informática, o Dia Internacional da Mulher representa igualdade e a necessidade de direitos iguais. Gisele relata que desistiu de ser policial militar feminina devido à masculinidade e preconceito que prevalece nesse meio.

Segundo Rosala Paiva, aluna do curso Técnico em Automação Industrial, ainda há uma grande diferença entre homens e mulheres, principalmente na equiparação salarial, mesmo a mulher possuindo as mesmas qualificações que os homens. Rosala destaca ainda que o assédio, moral ou sexual, continua muito presente na rotina das mulheres e precisa acabar, ocorre nos transportes e locais públicos, estabelecimentos de trabalho e escolas.

Nathalia Caldeira, aluna do curso técnico em Informática, relata que há muito o que agradecer às mulheres que lutaram pelos direitos, sendo que a luta deve persistir. Salienta que ao iniciar o curso em nosso câmpus, sentiu medo por ser um curso predominantemente masculino, mas que não deixou que fosse um impeditivo para alcançar seu sonho de se formar.

O câmpus São José do Rio Preto possui atualmente cinco alunas matriculadas no curso Técnico em Automação Industrial e 30 alunas no curso Técnico em Informática, o que representa 30,70% entre os matriculados nos cursos regulares.

Convidamos todas as mulheres a participarem dos próximos processos seletivos para que esse índice seja mais representativo.

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Dados relevantes

Ao longo dos anos, as mulheres conquistaram direitos importantes, como votar, frequentar escolas, praticar esportes e representar o país em competições esportivas, se candidatar a cargos políticos, assumir funções de liderança e profissões consideradas masculinas, entre outros.

De acordo com o IBGE, em 1950, cerca de 12% dos lares eram chefiados por mulheres. Em 2000 o número subiu para 26%, em 2009 para 35% e 45% em 2018. Em 2021, atingiu 50%, mesmo sendo um período em que muitas mulheres perderam o posto de trabalho em decorrência da pandemia de COVID-19.

Ainda segundo os dados do IBGE, as mulheres ocupam a maioria dos bancos nas universidades, estudam mais do que os homens, mas proporcionalmente, ingressam menos do que eles no Ensino Fundamental. Na política, nas eleições de 2022, apesar do percentual de mulheres eleitas ser maior do que nas três últimas eleições gerais, apenas 302 mulheres foram eleitas considerando todas as esferas e, em contrapartida, foram 1.394 homens. 53% do eleitorado do país são mulheres e 46% são filiadas a partidos políticos, contudo esses números não refletem em uma maior representação das mulheres em posições relevantes nos espaços eletivos, de poder e decisão.

Quando se trata de violência, apenas no primeiro semestre de 2022, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio e, ao menos uma mulher é agredida a cada quatro horas no país.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do total da força de trabalho no Brasil para o 3º Trimestre de 2022, 44% eram mulheres. Contudo a taxa de desemprego e desocupação representa 64,5%. Ou seja, apesar de maioria no país, ainda não alcançam metade das vagas de trabalho e possuem rendimentos mais baixos, em média 21% a menos em relação aos homens.

Além disso, o movimento das mulheres pela igualdade tem gradualmente obtido avanço. No Brasil, o primeiro marco foi na Constituição de 1932, quando as mulheres conquistaram o direito ao voto. Na atual Constituição, de 1988, a igualdade de gênero foi considerada como direito fundamental e, em 2002, o Novo Código Civil consolidou essas mudanças constitucionais.

Nas Olimpíadas de 2021, a força feminina e sua capacidade puderam ser observadas nas 9 entre as 21 medalhas conquistadas pelo Brasil, o que representa 41% do total.

Considerando esses dados, é pertinente ampliar a discussão do papel da mulher na sociedade, no trabalho qualificado e remunerado sem disparidade de gênero, à educação, ao reconhecimento de seu potencial de liderança e sua capacidade de superar desafios.

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Origem da data

Todos os anos, divulga-se que a origem da data é em homenagem às 129 operárias estadunidenses de uma fábrica têxtil que morreram carbonizadas, vítimas de um incêndio intencional no dia 8 de março de 1857, em Nova York. Nessa versão, o crime teria ocorrido em retaliação a uma série de greves e levantes das trabalhadoras.

Embora seja a narrativa mais conhecida, ela não é verdadeira.

A ideia de uma celebração internacional dedicada às mulheres surgiu em 1910, como uma proposta da dirigente socialista alemã Clara Zetkin. A data, entretanto, foi escolhida somente após 8 de março de 1917, quando aproximadamente 90 mil mulheres realizaram uma manifestação em Petrogrado (atual São Petersburgo), na Rússia, conhecida como "Pão e Paz". Elas pediam melhores condições de vida e a retirada do país da Primeira Guerra Mundial.

No Brasil, a luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 1930, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas.

A partir da década de 1970, organizações passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher.

Popular entre os países comunistas, o Dia Internacional da Mulher se difundiu no Ocidente a partir de 1975, ano em que a Organização das Nações Unidas reconheceu formalmente a data. É o reconhecimento de um longo processo de lutas, organização e conscientização de que as mulheres possuem voz e sua participação na sociedade é essencial.

Referências

ÁLVAREZ GONZÁLEZ, Ana Isabel. As origens e a comemoração do dia internacional das mulheres. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

BITTAR, P. Especialistas lamentam baixa representatividade feminina na política. Brasília, DF: Agência Câmara dos Deputados, 2021. Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/800827-especialistas-lamentam-baixa-representatividade-feminina-na-politica/. Acesso em: 3 mar. 2022.

IBGE. Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101551_informativo.pdf. Acesso em: 3 mar. 2022.

CÂMARA DOS DEPUTADOS. Seminário aborda indicadores, participação e violência política contra mulheres nas eleições de 2022. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/secretarias/secretaria-da-mulher/noticias/seminario-aborda-os-indicadores-a-participacao-e-a-violencia-politica-contra-as-mulheres-nas-eleicoes-gerais-de-2022. Acesso em: 2 mar. 2023.

DIEESE. As dificuldades das mulheres chefes de família no mercado de trabalho. São Paulo: DIEESE, 2023. Disponível em: https://www.dieese.org.br/boletimespecial/2023/mulheres2023.pdf. Acesso em: 2 mar. 2023.

TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil e outros ensaios. São Paulo: Alameda, 2017.


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